Será que nossa Criança Interior influencia no Sucesso Profissional?

Carregamos dentro de nós uma criança interior — aquela parte essencialmente emocional, espontânea e sensível que nasce com cada ser humano. É nessa fase da vida que nos desenvolvemos com base nos fundamentos sobre nós mesmos, o mundo e como nos relacionamos com ele. Quando essa criança passa por experiências de exclusão, crítica severa, abandono ou controle excessivo, feridas emocionais são criadas.

O impacto dessas feridas, muitas vezes, acompanha-nos na fase adulta e pode se manifestar de formas sutis (ou não) em nossa vida profissional, afetando nosso sucesso, produtividade e bem-estar no trabalho. É importante explicarmos aqui que mesmo que você tenha vivido uma “infância normal”, isso deve ser olhado pelos olhos da criança e não ser olhado pelos olhos do adulto de hoje. Em outras palavras, se quando criança eu vivi uma experiência que, pelo olhar da minha criança, foi marcante, isso basta para criar um “nó” que pode ser desatado com a técnica certa.

Portanto, cuidar dessa criança interior ferida é um caminho necessário para desbloquear o potencial máximo e criar uma trajetória profissional mais leve e bem-sucedida. Quero trazer aqui como algumas dessas feridas se manifestam no ambiente profissional e como identificá-las é o primeiro passo para a cura e o sucesso.

Alguns tipos de criança ferida e seus impactos na carreira

1. A Criança Abandonada: “Eu Não Sou Importante”

Comportamento no Adulto: Medo de ser ignorado ou deixado de lado; dificuldade em trabalhar de forma independente e necessidade constante de validação externa.

Impacto Profissional: Esse adulto pode se sobrecarregar de tarefas para se sentir valorizado, tem dificuldade em delegar e sofre com ansiedade em momentos de avaliação.

Bloqueio ao Sucesso: O desejo inconsciente de aprovação impede que ele assuma riscos e confie em suas próprias decisões.

2. A Criança Rejeitada: “Eu Não Sou Bom o Suficiente”

Comportamento no Adulto: Perfeccionismo exacerbado, medo de críticas e autossabotagem em momentos de destaque.

Impacto Profissional: Evita expor suas ideias em reuniões, procrastina projetos importantes por medo de falhar e resistir a assumir posições de liderança.

Bloqueio ao Sucesso: O perfeccionismo acaba paralisando seu crescimento, e o medo da perda impede que ele aceite feedbacks como oportunidade de aprendizado.

3. A Criança Controlada: “Não Posso Cometer Erros”

Comportamento no Adulto: Rigidez, obsessão por controle e baixa flexibilidade com imprevistos.

Impacto Profissional: Dificuldade em se adaptar às mudanças, resistência a novas ideias e comportamentos defensivos diante de erros.

Bloqueio ao Sucesso: Esse perfil pode ter dificuldades no trabalho em equipe e perder oportunidades por não conseguir sair de sua zona de conforto.

4. A Criança Invisível: “Minha Opinião Não Importa”

Comportamento no Adulto: Timidez, tendência a se “anular” em reuniões e evitar protagonismo.

Impacto Profissional: Não podemos reivindicar oportunidades justas e ser frequentemente deixados de lado para promoções ou projetos importantes.

Bloqueio ao Sucesso: A crença de que suas contribuições não são relevantes o impedem de mostrar seu verdadeiro potencial e de construir uma carreira sólida e visível.

5. A Criança Mimada: “Tudo Tem Que Ser do Meu Jeito”

Comportamento no Adulto: Dificuldade em lidar com frustrações, impulsividade e baixa tolerância a críticas.

Impacto Profissional: Esse perfil pode gerar atritos nas equipes, dificultar parcerias e mostrar baixa resiliência diante de dificuldades.

Bloqueio ao Sucesso: A falta de paciência e habilidade para lidar com os desafios impede o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis no ambiente de trabalho.

Vejam, o sucesso profissional não depende apenas de habilidades técnicas e experiências; ele é profundamente impactado pela forma como nos relacionamos com nós mesmos e com o mundo ao nosso redor . Feridas emocionais não curadas podem moldar comportamentos que minam a confiança, afetar a comunicação e criar barreiras invisíveis ao crescimento.

Ao olharmos para essas feridas com compaixão e trabalharmos na cura desses limites, ganhamos clareza e desenvolvemos um senso mais profundo de autoconfiança e resiliência . O processo de resgate nos permite:

Tomar decisões mais seguras e assertivas, sem a necessidade constante de aprovação externa.

Abraçar o aprendizado e os erros como parte do crescimento, sem a paralisia do perfeccionismo.

Estabelecer limites de intensidade, registrando o próprio valor e protegendo-se de sobrecarga emocional.

Desenvolver relações autênticas e colaborativas, sem medo de serem descartadas ou de controle excessivo.
Caminhos para Curar a Criança Interior e Prosperar no Trabalho

Autoconhecimento: identificar quais padrões emocionais e comportamentos vêm da criança ferida é o primeiro passo para a cura.

Práticas de Autocompaixão: Substituir a autocrítica severa por uma voz interna acolhedora e compreensiva.

Trabalho Terapêutico: Processos de mentoria, coaching ou terapia podem ajudar a ressignificar traumas e limitações.

Desenvolvimento de Novos Hábitos: Adotar comportamentos conscientes que rompam padrões negativos, como delegar mais, buscar feedbacks e comemorar pequenos avanços.

Mindfulness e Presença: Praticar a presença plena ajuda a desacelerar respostas automáticas e criar espaço para novas escolhas.

Curar uma criança interior é mais do que um processo pessoal — é uma jornada essencial para o crescimento e sucesso profissional. Ao acolher essa parte ferida dentro de nós, abrimos espaço para que nossas maiores qualidades floresçam e nos tornemos adultos mais seguros, resilientes e autênticos.

No mundo corporativo, onde somos constantemente desafiados e testados, a cura emocional se torna um diferencial competitivo. Aqueles que acompanham sua trajetória profissional com uma versão integrada e saudável de si mesmos constroem não apenas uma carreira, mas uma vida significativa, plena e próspera.

O sucesso não é apenas sobre o que conquistamos no mundo externo, mas também sobre a relação que construímos conosco — e a cura da criança interior é o primeiro passo para essa conexão mais profunda e transformadora.